Como foi a conquista do ouro de Imane Khelif, vítima de desinformação no começo das Olimpíadas

Izabella Giannola

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Imane Khelif superou a desinformação que enfrentou em sua estreia nos Jogos Olímpicos e conquistou a medalha de ouro no boxe, na categoria até 66 kg. Ela derrotou a chinesa Yang Lu, garantindo o título para a Argélia.

Como foi a luta de Imane Khelif?

Imane Khelif derrotou a chinesa com facilidade durante a luta que ocorreu na quadra Philippe Chatrier, em Roland Garros.

Dominando o confronto do início ao fim, Imane não deu chance para a adversária reagir. A vitória foi confirmada por uma decisão unânime dos juízes presentes. Com essa conquista, ela assegurou a segunda medalha de ouro para a Argélia nos Jogos Olímpicos de Paris.

Quem é a boxeadora argelina Imane Khelif?

Imane Khelif nasceu em Tiaret, na Argélia. Aos 25 anos, disputa os Jogos Olímpicos pela segunda vez. A atleta fez história ao ser a primeira argelina a chegar à final do Mundial de Boxe, em 2022, perdendo a final.  

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Além da prata no Mundial de Boxe de 2022, Imane ficou com o ouro nos Jogos Africanos, em 2022, nos Jogos do Mediterrâneo, também em 2022, e nos Jogos Árabes, em 2023.

Imane se tornou lutadora profissional em novembro de 2023, fazendo sua estreia contra a tailandesa Suwanan Anthawai. A luta foi vencida por Imane com um nocaute técnico no início do terceiro round.

Qual a polêmica envolvendo Imane Khelif?

Khelif teria nascido com uma Desordem de Desenvolvimento Sexual (DSD), o que pode elevar os níveis de testosterona para serem superiores aos produzidos por mulheres. A DSD é descrita como "um grupo de raras condições envolvendo genes, hormônios e órgãos reprodutivos, incluindo a genitália". 

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Com isso, é possível que uma pessoa tenha cromossomos XX (habitualmente associado ao sexo feminino) ou XY (habitualmente associado ao sexo masculino) e tenha órgãos reprodutivos ou genitália considerados diferentes.

Em 2023, a Federação Internacional de Boxe (IBA) desclassificou Imane por considerar que a boxeadora não atendia aos critérios de elegibilidade para a competição feminina. Na ocasião, Khelif estava prestes a disputar o ouro em sua categoria.

A IBA jamais divulgou oficialmente o motivo de sua desclassificação. A entidade afirmou que a atleta não participou de testes de testosterona, mas fez "um exame cujos detalhes ficarão confidenciais".

O presidente da IBA, o russo Umar Kremlev, envolvido em diversas polêmicas, afirmou que a atleta teria cromossomos XY e não XX. Apesar disso, nenhuma prova, exame ou evidência de que o exame de fato tenha tido esse resultado foi divulgado por Kremlev ou pela entidade.

Como funcionam as regras de elegibilidade de gênero nas Olimpíadas?

As regras sobre a elegibilidade de gênero começaram a ser discutidas após toda a polêmica. Segundo o COI, tanto Imane Khelif quanto Lin Yu-Ting passaram nos testes de elegibilidade.

A implementação dessas regras é uma sugestão do próprio COI, mas elas podem variar de acordo com a modalidade.

Neste ano, dois atletas transgêneros e não-binários, Nikki Hiltz (atletismo, competindo pelos EUA) e Quinn (futebol, competindo pelo Canadá), estão participando de competições femininas. Tanto Nikki Hiltz quanto Quinn nasceram pessoas do sexo feminino.

 

 

Izabella Giannola

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Izabella Giannola é jornalista formada pela Cásper Líbero e pós-graduanda em marketing pela FGV. Tem passagens por iG Esporte e Lance!.