O Conselho Deliberativo do São Paulo aprovou a criação de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC). O objetivo da medida é captar R$ 240 milhões para substituir a maior parte da dívida do clube com bancos. O acordo, do qual o "ge"obteve mais detalhes, foi fechado com as gestoras de investimentos Galapagos e Outfield.
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O Sporting News explica em detalhes como funcionará o fundo de investimentos. Confira!
Como funciona fundo de investimentos montado pelo São Paulo?
Os recursos captados pelo fundo de investimentos em direitos creditórios serão utilizados para reestruturar o endividamento bancário e otimizar as fontes de capital de giro do clube, com o objetivo de diminuir o custo financeiro e aumentar o prazo da dívida.
Em outras palavras, o fundo funcionará como uma operação de crédito mais sofisticada, pois haverá travas de segurança no mecanismo (ver abaixo).
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Segundo o presidente Julio Casares, ao captar R$ 240 milhões por meio do FIDC, o São Paulo pagará dívidas antigas, se concentrando em um único credor, que irá fornecer mais tempo para pagar em condições que a diretoria considera mais vantajosas.
— O fundo é o instrumento que precisávamos para que o clube possa começar a sanar as dívidas atualmente existentes e que dificultam e atrapalham o fluxo de caixa, com juros altos e vencimento de curto prazo. A partir da sua implementação, conseguiremos reduzir o custo e preparar o clube para o seu centenário com uma gestão mais sustentável, o que possibilitará maior capacidade de competir com adversários com mais poder financeiro. Teremos um choque de gestão e, já vamos implementar também um comitê orçamentário para acompanhar o fluxo do São Paulo — disse Casares em nota oficial.
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São Paulo terá times mais fracos por causa do fundo de investimentos?
Dentre as mudanças de governança aprovadas pelo Conselho, estão algumas travas de segurança. Entre elas:
- Limite para gasto/investimento no futebol: o menor valor entre 50% da receita bruta anual e R$ 350 milhões;
- Limite para salários da administração do clube: o menor valor entre 4% da receita bruta anual e R$ 25 milhões;
- Vedação para novas dívidas, empréstimos ou obrigações financeiras em valor superior a R$ 10 milhões no mesmo trimestre, sem aprovação do comitê de crédito do fundo;
- Vedação para cessão, desconto ou oneração de recebíveis (receitas futuras) de titularidade do clube, sem autorização do fundo;
- Obrigação de apresentar superavit (lucro) ao final de todos os exercícios a partir do ano terminado em 31 de dezembro de 2025.
O primeiro item, em relação ao limite com gastos no futebol, preocupou os torcedores, já que a proposta de uma gestão mais austera terá impacto no quanto o São Paulo investirá em reforços. Para efeito de comparação, o Botafogo gastou em 2024, contando as duas janelas de transferências, R$ 373,2 milhões apenas em contratações.
Quanto tempo dura o fundo de investimentos do São Paulo?
O FIDC tem vencimento programado para dezembro de 2028.
Qual é o tamanho da dívida atual do São Paulo?
No fim de 2023, a dívida bancária do São Paulo estava em R$ 217 milhões. Devido ao prazo curto para o pagamento e os juros que incidem sobre as dívidas, a diretoria do clube estima entre R$ 38 e R$ 48 milhões por ano para realizar o pagamento.