Grande nome da publicidade brasileira, Washington Olivetto morreu neste domingo (13/10), aos 73 anos, no Rio de Janeiro (RJ). O falecimento aconteceu em decorrência de complicações em uma cirurgia de pulmão. Ele estava internado há quatro meses no Hospital Copa Star, no bairro de Copacabana.
Washington Olivetto nasceu em São Paulo (SP) foi um apaixonado torcedor do Corinthians. Ele ocupou o posto de vice-presidente de marketing do Timão no início da década de 1980 e foi um dos criadores do movimento Democracia Corinthiana.
Nota de Pesar – Washington Olivetto
— Corinthians (@Corinthians) October 13, 2024
O Sport Club Corinthians Paulista lamenta o falecimento do publicitário Washington Olivetto, aos 73 anos, que aconteceu na tarde deste domingo (13). Um dos ícones da publicidade, herdou a paixão pelo Corinthians de seu tio Armando.
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O que foi a Democracia Corinthiana?
A Democracia Corinthiana aconteceu entre 1982 e 1984, em um período que o Brasil vivia sob o comando do governo militar de João Figueiredo, sem eleições para presidente. O conceito da Democracia Corinthiana envolvia duas missões: a primeira era tornar a gestão do clube mais democrática. Decisões importantes no dia a dia, como contratações, escalações e regras internas eram decidias em conjunto. Todos os votos, entre jogadores, integrantes da comissão técnica e diretoria, tinham o mesmo peso.
A segunda missão da Democracia Corinthiana era ser um símbolo da luta pela volta da democracia no Brasil. Jogadores como Sócrates, Wladimir e Walter Casagrande foram apoiadores públicos do movimento Diretas Já, que pedia a retomada de eleições para presidente.
Washington Olivetto criou o nome Democracia Corinthiana e o logotipo, inspirado na tipologia da marca de refrigerantes Coca-Cola. Ela foi estampada na camisa do time em algumas partidas, assim como as frases "Diretas Já" e "Eu quero votar para presidente".
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No período do movimento, o Corinthians conquistou os títulos do Paulistão de 1982 e 1983. No segundo ano, antes da final contra o São Paulo, no Morumbis, os jogadores entraram em campo com uma faixa com os dizeres: "Ganhar ou perder, mas sempre com democracia".
Divulgação/Corinthians
Em entrevista dada ao cana "Sportv" em 2013, Washington Olivetto recordou o começo da Democracia Corinthiana.
– Fui convidado para aquela que seria a primeira experiência de marketing em um clube de futebol. Evidentemente que os grandes autores da Democracia Corinthiana foram os jogadores, eles que estabeleceram a atitude. Coloquei o rótulo para dar visibilidade – disse Olivetto, ainda complementando:
– Se a gente for bastante honesto, vamos lembrar que esse time (do Corinthians) era muito bom, mas que existia outra equipe naquela época que era melhor, a do Flamengo. No entanto, o que virou história foi a Democracia Corinthiana, porque não era só futebol. Era o futebol atrelado à luta pela redemocratização do país.
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O movimento começou a perder força em 1984. Naquele ano, Sócrates prometeu que só deixaria o Corinthians para atuar no exterior se a Emenda Dante de Oliveira não fosse aprovada. A lei tinha por objetivo reinstaurar as eleições diretas para presidente no Brasil. Embora aprovada pela maioria da população na época, a emenda foi reprovada em votação no Congresso.
Sócrates, então, se transferiu para a Fiorentina, da Itália, e o Corinthians passou a ter resultados ruins. Adilson Monteiro Alves tentou se tornar presidente do clube em 1985, mas foi derrotado em eleição. Assim, a Democracia Corinthiana chegou ao fim.